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Arquitetos: Pimont Arquitetura
- Área: 3297 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Fernando Willadino, Angelo Mincache
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Fabricantes: Alusul Esquadrias, Arcoban Móveis sob medida, Assa Abloy, AutoDesk, Damil, Deca, Diore Revestimentos, Docol, Faveton, Finotato, Fujitsu, GJ Impermeabilizações, Gaviso Impermeabilizações, HYDRA, Jatobá Pastilhas, Madereira Baía Sul, Marmoraria Biguaçu, Pirâmides Pré Moldados, Portobello, Schneider Electric, +3
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ao enfrentar pela primeira vez um projeto de edifício para hotelaria, tivemos a oportunidade de elaborar um trabalho que foi além da arquitetura, envolvendo também urbanismo. Nossa proposta reconheceu a importância do projeto para além da arquitetura, como uma forma de ocupar um território, configurar uma paisagem. A obra se insere na Associação integrando-se aos espaços existentes e criando novas conexões entre as diferentes áreas do terreno. Sua implantação desviou de árvores de grande porte existentes, preservando o valioso ambiente e micro clima local. O projeto se estendeu até o espaço público, requalificando a rua de acesso à praia, cujo desenho reorganizou os espaços de veículos e valorizou os pedestres. Proveu também proteção e replantio da restinga junto à praia, contribuindo para a reconstituição desse importante bioma.
A divisão do programa em dois blocos com uma praça central preservou a continuidade visual com as áreas para além dos novos edifícios. A implantação dos blocos e da praça elevada sobre um pavimento de acessos e garagens, permitiu a valorização do espaço do pedestre, integrado às áreas de lazer da associação. No térreo, a presença das garagens é filtrada pelos montantes de madeira que ocupam, em ritmo irregular, toda a altura do pavimento, humanizando seu entorno. Sobre o térreo, uma extensão da praça principal da associação se estende pelo vão entre os blocos, subindo por uma “arquibancada vegetal”, que valoriza esse espaço de convívio com uma infraestrutura para eventos.
No posicionamento dos blocos privilegiamos a orientação solar ideal para todos os apartamentos, atingindo com isso um alto nível de adequação bioclimática, complementado por um layout de plantas que viabilizou e explorou ao máximo a ventilação natural, cruzada. Fachadas ventiladas em cerâmica extrudada foram utilizadas na adequação bioclimática da edificação e na criação de vínculo com a arquitetura de tijolos aparentes do restante da Associação. No desenho da volumetria, utilizamos a expressão própria dos materiais e da lógica interna do projeto. O ritmo regular, baseado na composição modular, é o elemento básico, sublinhado pelas floreiras em concreto aparente e compassado pela marcação irregular dos montantes de madeira. Simplicidade subtropical temperando o geometrismo modernista.
A arquitetura procurou um equilíbrio entre a informalidade de uma sede balneária e a institucionalidade adequada a uma associação de servidores de um banco estatal, de forte papel social. Valorizou o entorno natural e a paisagem circundante. A acessibilidade foi plenamente atendida, com elevadores, sinalização tátil e apartamentos desenhados e mobiliados especialmente para utilização por pessoas com deficiência.
Enfrentamos de maneira nova a questão da eficiência energética, para além da adequação bioclimática. No prédio utilizado com capacidade plena apenas no verão e ocupação muito baixa no restante do ano, optamos por dispensar um sistema central de aquecimento de água e instalar chuveiros elétricos. Em paralelo, intermediamos contatos da Associação com fornecedores de sistemas de energia fotovoltaica e uma usina privada foi instalada na cobertura, com financiamento de longo prazo. Dessa forma incorporamos tecnologia de energia renovável, permitindo economia de tubulações e de sistemas que ficariam subutilizados e exigiriam maior manutenção.